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Chapter 87 - Capítulo 87: O Colapso do Caos

A tensão pairava no ar. As linhas do tempo estavam distorcidas, como se o próprio tecido da realidade estivesse se desfiando. O som distante de uma cataclismática explosão ecoava ao fundo, um prenúncio de que o caos estava se aproximando de maneira irreversível. Ethan sentia cada fragmento de sua essência tremer, como se ele próprio fosse uma âncora flutuante entre dois mundos em colapso. Ele sabia que o Terceiro Arconte, a manifestação do Caos, já havia começado sua jornada para consumir tudo.

O campo de batalha estava em silêncio, mas o ar era denso. Os outros guerreiros ao redor de Ethan estavam preparados para a luta, cada um com uma expressão séria, determinada, mas também marcada por uma sombra de incerteza. Elyss, Tang San, e os aliados que haviam unido suas forças estavam mais do que conscientes da magnitude da ameaça. A destruição do Nexus de L'Zeth havia aberto a porta para algo muito mais terrível. O que estava por vir não era apenas uma batalha física, mas uma luta contra o próprio conceito da ordem que mantinha o universo intacto.

Ethan olhou para seus amigos e companheiros. Eles estavam com ele até o fim, mas ele sabia que o peso da responsabilidade não podia recair apenas sobre os seus ombros. Sua conexão com as linhas temporais e as realidades paralelas não era algo que poderia ser controlado facilmente. Ele sentia a mudança, a transformação. Ele não era mais o homem de antes. Ele não era mais uma simples pessoa que poderia lutar da maneira que conhecia.

— Elyss, Tang San — ele chamou, sua voz agora distante, como se viesse de outra realidade. — Não tenho certeza do que vou fazer agora. Algo dentro de mim... está se expandindo. A fusão com o Nexus, com o tempo... há uma parte de mim que está se dissolvendo em múltiplas realidades. Não sei se posso continuar sendo quem sou.

Elyss deu um passo em sua direção, seus olhos suaves, mas firmes. Ela sabia que as palavras de Ethan não eram meras dúvidas, mas reflexões de uma transformação muito maior.

— Você nunca esteve sozinho, Ethan. As forças que você manipula são imensas, mas elas não são tudo. O que realmente define quem somos não é o que controlamos, mas o que fazemos com aquilo que temos. Você não precisa ser perfeito, você só precisa lutar por aquilo em que acredita.

Tang San, que até então estava quieto, também se aproximou. Seu semblante era de concentração, mas havia um toque de compreensão em seus olhos. Ele conhecia a carga que Ethan carregava, pois, de certa forma, ele também estava lidando com uma parte de si mesmo que não podia controlar. Os segredos que ele guardava, o peso do Martelo do Céu Claro que ele não podia revelar ainda, tudo isso o fazia sentir-se como um ser dividido, frágil.

— A verdade é que todos nós temos nossas dúvidas. Mas enquanto houver um motivo para lutar, vale a pena seguir em frente. Não importa a força do inimigo, nossa determinação sempre pode nos fazer superar.

Com as palavras de seus amigos como uma âncora, Ethan deu um passo à frente. Ele sentiu a dor de sua transformação, o incômodo de estar entre dois mundos, mas também sentiu uma nova energia fluindo através dele. O caos estava se aproximando, mas ele não iria sucumbir.

De repente, o céu se iluminou com uma explosão de energia. O Arconte do Caos estava ali, pairando sobre o horizonte. Sua forma era abstrata, uma sombra que cobria o mundo e distorcia o próprio tempo. Ele não possuía uma forma física fixa, mas sim uma presença que dominava tudo ao seu redor, uma força que alterava a realidade com cada movimento.

— Então, você chegou — disse Ethan, a voz calma, mas cheia de poder. — A verdadeira força do Caos. Vamos ver até onde você pode ir.

O Arconte respondeu com uma risada profunda, que parecia ecoar através de todas as dimensões ao mesmo tempo.

— Você, que ousa desafiar a essência do Caos, pensa que pode me deter? Eu sou o fim de todas as coisas, o retorno ao estado primordial. Você, Ethan, e todos os que o seguem, são apenas peças insignificantes na grande tapeçaria da destruição. Nada pode resistir ao que sou.

Ethan levantou a mão, as linhas temporais pulsando ao seu redor, como se ele estivesse preparando o próprio tecido da realidade para se desdobrar.

— O caos pode ser destruição, mas ele também é uma chance de recomeçar. Não sou um herói, nem sou o salvador. Mas eu vou lutar pelo que importa.

Com essas palavras, ele estendeu a mão, e os fios dourados de energia que conectavam todos ao seu redor começaram a brilhar intensamente. Ele estava manipulando não apenas o tempo, mas as próprias realidades que existiam entre eles. A fusão com o Nexus o havia concedido um poder que transcende o comum, mas o preço disso era alto. Sua forma estava se desintegrando, suas lembranças se fragmentando, como se ele estivesse em várias linhas temporais simultaneamente.

Mas, nesse momento, isso não importava. O que importava era que a batalha estava prestes a começar.

Tang San e Elyss avançaram ao lado de Ethan, preparando suas habilidades. O Martelo do Céu Claro, escondido no interior de Tang San, começou a brilhar com uma luz azul-esverdeada. Elyss invocou sua espada de energia, uma lâmina brilhante que refletia as estrelas.

Juntos, eles estavam prontos para enfrentar o Arconte do Caos. Eles não sabiam o que o futuro reservaria, mas uma coisa era certa: não iriam recuar. Não enquanto houvesse uma chance de vencer.

O Arconte, vendo a resistência diante de si, formou uma esfera de energia negra em sua mão e disparou contra o grupo. A onda de destruição que seguiu fez o chão tremer, mas Ethan levantou suas mãos e as linhas temporais se entrelaçaram à sua vontade. Ele manipulou o fluxo de tempo ao seu redor, retardando a esfera até que ela se desintegrasse, transformando-se em partículas de pura energia.

— Não tão fácil assim — disse ele, com um sorriso sombrio.

O Arconte do Caos rugiu de raiva, sua forma distorcendo ainda mais.

— Você... está apenas adiando o inevitável! O fim é o que você sempre será, Ethan! O fim de tudo!

Ethan olhou para o céu, a vastidão do que estava por vir começando a se formar diante de seus olhos. Mas, como sempre, a dúvida e a incerteza não o parariam. Ele não sabia qual seria o preço a ser pago por sua decisão, mas ele sabia que o caos não era o fim. Era apenas uma nova oportunidade para recomeçar.

— O fim nunca chega — murmurou ele, suas palavras firmes e resolutas. — O fim é apenas uma mentira que o tempo nos conta.

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