Cherreads

Chapter 1 - Prólogo

(Contagem de palavras: 3.717)

(POV MC)

 

Ei... meu nome é Jim, tenho 27 anos, piloto de avião e bem... eu morri.

 

(POV Geral)

 

Não foi nada demais, como você pode esperar de alguém que sabe lutar, seu primeiro pensamento em situações de risco como assaltos não é correr ou entregar o dinheiro, mas como reagir.

 

Bem, não tinha sido a primeira vez que ele tinha sido assaltado e como das outras vezes, o outro cara acabou no chão, mas o que ele não previu foi que ele não estava sozinho, assim, depois de sentir uma forte dor na cabeça e uma desorientação grave, claramente proveniente de uma contusão, ele morreu.

 

Como ele sabe? Bem... acordar em um compartimento de trem como uma criança de 11 anos diz muitas coisas.

 

Sim, ele reencarnou em Harry Potter, legal né?

 

O problema é que ele não estava realmente no controle, ele reencarnou em um garoto qualquer no mesmo ano que Harry Potter, mas ele parecia mais um observador, preso em seu novo corpo enquanto ele o via se mover.

 

Bem... no começo foi horrível, mas com o tempo, foi menos entediante, como ver um programa de tv, acho que a capacidade de adaptação humana ainda funcionava.

 

Outro ponto era o que lhe dava esperança, ele viu que havia um medidor de tempo no canto de sua visão, nele ele podia ver claramente 7 anos marcados e o tempo continuava diminuindo, talvez fosse para manter o enredo original, ele não sabia, mas ele esperava que quando o tempo acabasse, seu controle sobre o corpo voltasse.

 

Então ele passou seis longos anos enquanto ficava constrangido com quanto uma criança poderia ser... vergonhosa, ele realmente não queria ver alguns cenas, pena, ele não conseguia fechar os olhos por conta própria.

 

Ele também percebeu que quanto mais tempo passava, melhor seus sentidos ficavam, ainda sem controle, mas de sensações fracas dos sentidos desse novo corpo, ele parecia cada vez mais próximo de realmente voltar a vida.

 

Enfim... quanto ele pensou que estava perto de finalmente ser livre, a batalha de Hogwarts veio e adivinha? Ele foi uma das vitimas, assim... ele morreu, de novo.

 

Mas esse foi apenas o começo do pesadelo de Jim, quando ele se deu por si, ele acordou em um novo mundo, dessa vez ele não reconheceu de cara, mas logo ele notou que reencarnou como Drake Stone de 18 anos em aprendiz de feiticeiro o cronómetro voltou a correr, mas dessa vez o tempo dobrou de 7 para 14 anos.

 

Assim, quando Drake tinha 30, ele morreu novamente...

 

Então a longa jornada de Jim continuou, cada vez que ele chegava a um novo mundo o tempo variava, alguns levavam 30 anos, outros apenas 5, a única coisa em comum era que eram todos magos e que ele morria sempre antes do cronometro chegar ao fim.

 

Lá pela quinta vez ele desistiu e continuou a observar, sua mente parecia diferente... quase como se tivesse se adaptado a ser um observador, como ver um filme que você já tinha visto varias vezes, ele se adaptou, viver, magia, morrer... ainda era dolorosamente entediante e ele precisaria de um psicólogo depois disso, mas ele não ficaria louco, pelo menos ele achou que não.

 

Enfim... ele viajou para a época de Merlim e se tornou um aprendiz do mesmo, também viajou para um mundo de fantasia onde sua mãe era uma bruxa e lhe ensinou magia, mas ambos acabaram na forca, até o mundo dos deuses Olimpianos, um bruxo semideus que supostamente era descendente de Hecate, assim como o mito nórdico, egípcio, Asteca... ele viu de tudo, magia de diversas formas.

 

Claro, muitos de seus corpos pouco se interessavam sobre aprender magia, era uma pena, ele podia sentir as sensações do corpo com o tempo, mas sentir aquele poder correndo por ele era um dos poucos prazeres que tinha, magia, como ele rapidamente descobriu, parecia ser sentida de outra forma, assim ele descobriu que era a sensação mais próximo de vida que ele poderia ter.

 

As mulheres meio que perderam a graça com o tempo, principalmente como descendente dos Olimpianos, ele praticamente dormiu com mais de 100 mulheres nos 10 anos que ficou com ele antes de morrer, provavelmente gerando vários pequenos bruxos por ai.

 

O único consolo é que ele só aparecia em corpos de homens, ele não sabe como conseguiria manter a sanidade se se tornasse a parte... receptora de um relacionamento.

 

Era frustrante pra dizer a verdade, ele ansiava por amor, família, amigos, uma conversa com outro ser vivo talvez, mas ali estava ele, preso com vários personagens lascivos ou que nem tiveram tempo de se apaixonar, nenhum deles realmente se apaixonou de verdade, apenas brincando por ai ou desconsiderando completamente esse lado.

 

Ele não sabia quem o colocou nesse inferno, mas ele só podia observar, dia após dias, enquanto centenas de anos se passaram viajando por vários mundos mágicos.

 

Então... ele chegou a crepúsculo, um jovem que morava em Forks, ele sabia que era crepúsculo porque viu Charlie Swan, xerife de Forks, ele chegou com 6 anos e dessa vez tinha 11 anos para o tempo acabar, a essa altura ele só dava um olhar leve antes de ignorar, afinal era apenas mais um mundo, ele só queria saber quanto tempo ficaria ali.

 

Seu novo anfitrião se chamava Marcus Grimm, no começo ele pensou que seria apenas um garoto normal dessa vez, mas ele duvidava por dentro, afinal todos os seus anfitriões anteriores eram claramente bruxos, magos, druidas, xamãs... qualquer que seja a terminologia que você escolha.

 

Como previu, ele logo encontrou magia, bem, não realmente, foi Marcus que encontrou na forma de um diário de sua avó aos 8 anos.

 

Bem, o diário dizia muito, mas para resumir, sua linhagem materna era basicamente... bruxas, legal né? Não legal.

 

Segundo o diário, apenas mulheres dessa linhagem poderiam se tornar bruxas, bem sexista em sua opinião, mas enfim... ele morreria em breve de qualquer maneira, assim como todos morriam.

 

Sua mãe havia morrido durante o parto e seu pai trabalhava o tempo todo para se esquecer da morte dela, ele mesmo trabalhava em Seattle, não muito longe, mas ainda distante de Marcus afinal ele raramente voltava para casa, deixando-o aos cuidados de empregados, a quantia de amor paterna dada a Marcus foi muito pequena e talvez esse fosse o motivo de suas ações seguintes.

 

Logo Jim ficou muito interessado, porque esse garoto Marcus não parecia querer desistir, ele ficou fascinado por misticismo e ele leu tudo que sua avó havia deixado.

 

Livros que seus ancestrais haviam deixado foram revirados vez após vez, procurando uma solução, algo que o possibilitasse a usar... magia.

 

Anos de estudo lhe renderam uma forma, uma espécie de ritual druida, pelo conhecimento de Jim, ele sabia que esse corpo estava prestes a morrer novamente, esse ritual é... falho, também por isso não houve bruxos homens em sua linhagem.

 

 

Jim poderia pensar em mais de uma forma de acessar a magia do jovem, afinal ele havia vivido varias vidas de mago, então ele sabia uma coisa ou duas, claro, limitado pelo desconhecido do mundo, as opções eram escassas.

 

O ritual consistia em emprestar poderes da natureza com sacrifícios, mais xamanico do que druidico, mas a linha entre os dois se cruzava, alguns universos sendo a mesma coisa.

 

Sacrificar um animal caçado por si mesmo, sobre uma lua magica, com diversas runas e cânticos...

 

Sinceramente poderia funcionar, mas o problema é que esse tipo de ritual precisava de magia como fonte de energia e meio de conexão, como descendente de uma bruxa, ele mau tinha uma fração de energia, fora as complicações de sua própria linhagem voltada claramente para bruxas de um jeito provavelmente não natural.

 

Jim logo ficou entediado depois de ver isso, mas logo o garoto o surpreendeu novamente.

 

Luas magicas são luas em fases especificas em uma fração curta de tempo, geralmente em minutos a lua que ele precisava mais era uma lua cheia, a que dava melhor poder, mas menor controle.

 

O garoto no entanto foi além, ele não procurou uma lua cheia, mas... um eclipse.

 

Um eclipse pode significar muitas coisas e pode servir para uma gama muito ampla de magias ritualisticas, mas os mais importantes são seu alto nível de poder magico, a ponto de saturação além de uma conexão muito grande entre a vida e a morte, quanto mais perfeito e duradouro o eclipse, mais poderoso é o efeito.

 

No dia 11 de Agosto de 1999, um ano onde aconteceria um eclipse total, Marcus realizou o ritual durante uma viagem de "ferias" para o a Romenia, segundo os cálculos dos cientistas, seria o local com maior duração de evento.

 

Marcus apesar da pouca idade, sabia como convencer o pai.

 

O sujeito, talvez por saber que não conseguia lhe dar amor o suficiente, o mimava muito.

 

Assim, meses antes ele começou a falar de aprender romeno e que queria fazer uma viagem para lá, Marcus se forçou a aprender a língua, apenas o suficiente para fazer seu pai o deixar ir, como ele esperava, o homem claramente não foi com ele, apenas enviou o mordomo com ele.

 

Marcus levou tudo o que precisava, incluindo uma lebre selvagem, que ele teve muito esforço para capturar e fazer o pai acreditar que era seu novo bichinho de estimação.

 

Ele preferia um animal melhor, mas para uma criança, foi tudo o que ele conseguiu.

 

Inclusive, ele precisou castrar a lebre para impedir que fosse barrada como perigo de espalhar uma espécie não nativa no lugar, foi um processo chato e demorado para legalizar a partida da lebre, mas Marcus a levou de todo o jeito.

 

Jim observou enquanto o dia chegou e Marcus se escondia do mordomo, na propriedade rural, Marcus entrou na floresta e durante o eclipse, ele fez o ritual.

 

Jim observou com interesse enquanto ele sacrificava a lebre sobre o circulo ritual, cantando um mantra sem parar.

 

Ele podia sentir a magia ao redor pulsando, a conexão que o coelho lhe dava era horrivelmente fraca para ser sincero, mas o eclipse, um eclipse solar total longo foi o suficiente, depois de cantar por um minuto finalmente houve efeito, dor.

 

Jim podia sentir, sempre pode, mas ele havia sentido muito mais ao longo dos anos, então ele pode observar enquanto as runas ao redor se acendiam e o poder cru da magia corria em direção ao pequeno Marcus manchado de sangue de coelho.

 

Para Marcus pareceu durar uma vida, dor, dor inimaginável, por um momento Jim pensou que o garoto fosse morrer de dor e já estava suspirando de mais uma morte, pronto para uma nova viagem, mas até o fim do eclipse, um pouco mais de um minuto depois, Marcus ainda estava vivo.

 

Jim observou durante todo o processo entretido, enquanto a magia do garoto despertava com força a dor era realmente horrível, mas o nível de dor que ele já sentiu em algumas vidas... digamos que um de suas vidas teve uma morte sendo devorado por formigas que tinha um veneno que cada picada doía tanto quanto levar um tiro.

 

Ele podia ver que o que causou a linhagem ser puramente feminina agora, não uma maldição, mas uma trava, algo que uma bruxa provavelmente fez para conseguir mais poder, abrir mão dos descendentes masculinos tornaria as femininas mais fortes, também garantiria o poder da linhagem matriarcal.

 

Jim também sabia que isso seria um problema para o garoto se ainda houvesse uma descendente feminina viva, afinal elas não gostariam da diminuição do poder delas, a trava estava na linhagem afinal, assim que ele fizesse isso, todos que carregassem o sangue da bruxa que lançou a trava originalmente agora perderiam a trava.

 

Mas Jim poderia sentir e ficou surpreso com a sorte do garoto, nada, não havia mais descendentes vivos, isso era muito anormal, mesmo com a baixa natalidade dos magos, ainda é incrível que toda uma linhagem foi expurgada, mas ele também não conhece os detalhes, poderia ter sido natural? Ou havia mais nisso?

 

Em todo o caso, Marcus tinha sorte no momento, não havia bruxa para vir mata-lo pelo que ele fez, talvez por isso que esse ritual de Marcus tenha acontecido tão bem, se houvesse uma bruxa poderosa viva, ela poderia ter sentido logo no começo e o impedido de continuar, talvez por isso que a bruxa que colocou a trava em primeiro lugar não se importou, afinal apenas uma descendente poderia impedir o ritual, quanto mais todas as mulheres da linhagem, qualquer um que tentasse fazer isso não apenas falharia, mas seria contra atacado e morreria dolorosamente, é realmente uma ideia genial.

 

Quanto a não haver bruxas? Se chegar a esse ponto, ter um bruxo homem desbloqueando a trava seria na verdade uma coisa boa, impedindo o fim da linhagem de bruxas, Jim quase quis aplaudir a bruxa que fez isso.

 

Esse tipo de trava provavelmente envolveu um eclipse total também, não apenas isso, mas o sacrifício dos bruxos dessa linhagem deve ter sido feito, afinal a magia geralmente tem custo, para conseguir um aumento de poder substancial, apenas um eclipse e a desistência dos bruxos homens da família não deveria ser suficiente, exigia algo mais profundo, Jim podia pensar em varias maneiras de conseguir isso.

 

Por exemplo, sacrificar alguém de sua linhagem com grandes poderes e que você ama muito poderia conseguir isso, se não, quantidade teria que compensar a qualidade.

 

Jim também só pode suspirar pelos bruxos homens da famila, eles provavelmente não tiveram um bom final, claro que isso é apenas uma suposição, mas ele estava inclinado a acreditar nela.

 

Em todo o caso, Marcus estava apagado, foi apenas horas depois que ele acordou e sentiu a magia correndo em suas veias.

 

Lembra da parte de vergonha alheia? Ver uma criança de 11 anos rindo como um vilão genérico foi realmente... bem, ainda não entrou no seu top 10, mas estava quase.

 

Assim, depois da viagem para a Romenia, Marcus se focou em magia, seu progresso foi impressionante, aquele eclipse realmente foi... muito útil, não apenas completou o ritual, mas também parecia ter lhe dado um talento soberbo, isso ou ele já era naturalmente talentoso.

 

A magia de vários mundos tinham seus focos, algumas letais e diretas, outras suaves e indiretas.

 

A magia das bruxas era mais indireta, focada em rituais, maldições e coisas do género, também havia muito conhecimento de poções, mas a melhor magia direta era uma bola de fogo fraca ou disparar raios pelos dedos que mal atordoariam um urso.

 

Ele sabe porque Marcus tentou.

 

Bem, ele não sabia se havia outros tipos de magia nesse mundo, mas a magia da família de Marcus era bem fraca em uma batalha, mas estava longe de ser inutil.

 

Se ele tivesse materiais e tempo suficiente, ele poderia devastar um país com praga e fome.

 

Em todo o caso, ele observou enquanto Marcus ficava cada vez mais animado ao longo dos anos, sempre cercado de magia, aprendendo a controla-la, ficando mais forte, isso era vida para ele.

 

Tanto que ele nem tinha amigos na escola, na verdade Marcus não era feio, ele tinha um rosto anguloso, com cabelos negros e olhos em um tom escuro de vermelho quase vinho.

 

Os olhos vermelhos apareceram depois de se tornar um bruxo, inclusive ficam mais vermelho sangue enquanto ele usa magia, no diário explicava que os olhos vermelhos eram coisa de família, então Marcus realmente gostava dos olhos, mas ainda bem que não eram vermelho vivo normalmente, ele não queria ser confundido com um vampiro.

 

Seu pai nem mesmo perceberia a mudança de cor dos olhos se um empregado não tivesse informado, ele o levou a um especialista que disse que era provavelmente uma falta de melanina causada por alguma alteração genética posterior, mas não parecia se agravar.

 

Depois de alguns exames, ele foi liberado.

 

Enfim, para evitar ter os olhos brilhantes vistos, ele começou a usar um óculos de sol redondo retro, com suas roupas predominantemente pretas, brancas e vermelhas pareceu combinar.

 

Claro, ele ainda tinha que tira-los na sala de aula, mas ele evitava usar magia então, ou fechar os olhos.

 

Durante os anos em que Marcus se isolou e focou na magia, muitas garotas ficaram afim dele, principalmente quando os hormônios começaram e ele recebeu um Dodge Charger Hellcat preto que ele queria de aniversário do pai.

 

Jim teve que admitir que o carro era bonito, também deixou Marcus muito satisfeito, mas nenhuma garota andou nele, ele não tinha tempo para isso, magia era algo que poderia levar uma vida de estudo, ele mal havia tocado nos meandros da magia, quanto mais ele aprendia mais feliz ele ficava.

 

Jim estava esperando também, a hora que esse garoto morreria, foi uma boa vida e o deixou feliz em vê-la, mas ele sabia que teria que ir, ele sempre ia, mas quando o novo período escolar estava prestes a começar, ele ficou chocado em ver o tempo diminuindo de anos para meses, dias, horas...

 

Enquanto Jim se sentia chocado, com medo e principalmente esperançoso, o tempo finalmente chegou a zero.

 

Quando isso aconteceu, Jim apesar de tudo ainda tinha uma voz em sua mente dizendo que havia muitas explicações para o fim do tempo, como sua morte, ou um reinicio forçado, mas quando ele acordou no meio da noite com controle total sobre esse corpo, Jim ficou chocado.

 

Ele levantou as mãos tremulas e tocou o rosto, os braços, tudo, ele então se levantou, correu, pulou, deu uma cambalhota... ele continuava a agir como um louco no meio da noite e provavelmente acordou Mary e Carlos, mas ele não se importava.

 

Lágrimas caíram dos olhos de Jim, ele finalmente podia viver novamente, não apenas ver um vida, ele poderia viver uma!

 

Um sorriso se formou no rosto de Jim... não, Marcus! Seu nome agora é Marcus Grimm! Ele amava esse nome até a morte! Agora era dele e ele lutaria contra deuses e demónios por ele!

 

Se jogando na cama com um sorriso aliviado, ele não dormiu, ele tinha medo de dormir e voltar a terceira pessoa, ele queria ser o protagonista de sua própria historia!

 

Suspirando pesadamente, ele se levantou e ligou a luz, foi até o espelho de corpo inteiro e tirou toda a roupa.

 

Lá ele viu um jovem magricela, Marcus realmente não era de atividades físicas e ele também mal comia enquanto estudava magia, se não fosse os traços bonitos e o dinheiro, ele seria apenas um magricela qualquer.

 

Mas isso mudaria!

 

Olhando para o pau, não era muito grande, nem muito pequeno, ele ficou satisfeito! Nesse ponto, até ser uma mulher era melhor do que ficar mais um segundo preso! Uma mulher Lésbica, mas ainda assim uma mulher! Magia de troca de género ainda estava em sua mente, então além da estranheza social, ele realmente não se importava.

 

Além disso, ele passou por muitos mundos e viu muita magia, inclusive magia estética, mudar sua altura, traços e até tamanho era muito simples pra ele.

 

Enquanto Marcus original estava no nv. 10 ele já estava no Nv.90, claro, não veja como apenas números, quanto maior o crescimento, mais difícil é progredir, se não fosse por séculos estudando magia através de outros, ele não chegaria até aqui.

 

Falando em magia... ele deixou a magia correr pelo corpo de forma bruta e logo ficou chocado.

 

Essa magia era grande, muito, muito grande!

 

Comparado com Marcus, sua magia anterior era como um copo, agora é como uma piscina olímpica!

 

Seu cenho franziu enquanto ele analisava, por fim, ele chegou a uma conclusão, sua alma!

 

Sua alma que passou por tantas vidas foi temperada até e sua magia continuou a crescer em cada mundo, cada sistema magico, mas isso não era o suficiente... o que acontecia quando ele morria? Ele não sabia, mas e se as almas dos mortos servissem de alimento para sua própria alma?

 

Então o tempo é... o tempo até devorar a alma? Mas se o tempo não terminou nas outras vidas, porque sua alma ainda melhorou? Será que o processo de devorar começa desde o ponto que ele chega, assim ele devora partes das almas de cada hospedeiro, por isso ele continuava a sentir cada vez mais quanto mais tempo passava?

 

Essa foi a conclusão que ele chegou com todo o seu conhecimento de magia, não era necessariamente a verdade, mas era bem possível.

 

Isso aliviou muito Marcus, ele não sofreu por nada, mas se pudesse escolher, ele não queria passar por isso novamente, a sensação de não ter controle...

 

-Marcus, você está bem? - A voz cansada da velha governanta perguntou batendo na porta.

 

-Sim, Mary, está tudo bem. - Ele respondeu tentando soar como Marcus original, nem muito distante, nem muito próximo.

 

Na verdade ele podia sentir que Marcus amava Mary, não apenas ela, mas Carlos, o mordomo da mansão, ele passou a vê-los como pais, mas como estava revoltado com o mundo e depois entretido com magia, ele os negligenciou.

 

No fundo, ele realmente apreciava quando eles eram gentis com ele, ensinando-o, cuidando dele, levando-o para comer fora, ir ao cinema ou mesmo caminhar no parque, mesmo depois da magia, Marcus não parou, porque apenas com os dois ele podia sentir um pouco do calor familiar que sempre desejara.

 

Marcus tinha sentimentos complicados, ele queria uma mãe de verdade e que seu pai lhe desse atenção, mas mesmo recebendo isso de Mary e Carlos, ele nunca realmente ficou satisfeito, ele queria algo realmente paterno e materno.

 

-Bem, tem certeza? Precisa que eu faça um chá ou chocolate quente? - Ela perguntou, ainda parecendo cansada, mas sua voz ainda estava levemente preocupada.

 

-Não precisa Mary, Obrigado. - Ele continuo com o mesmo tom, ele na verdade ansiava ainda mais do que Marcus por contato humano, infelizmente ele não podia mudar tão radicalmente do nada.

 

Então ele teve que manter a fachada.

 

-Bem, me chame se precisar de algo. - Depois de alguns segundos, ela respondeu e desceu as escadas.

 

Marcus sorriu e colocou seu pijama de volta, ele desligou a luz e voltou para a cama.

 

Com a animação passando, ele se sentia cansado, afinal esse corpo trabalhou duro na magia além de estar levemente desnutrido, ele precisava de sono o suficiente.

 

Fechando os olhos com um sorriso feliz e levemente preocupado, ele rezou para acordar amanhã novamente, não como o fantasma Jim, mas como Marcus Grimm.

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