Cherreads

Ascensão: Renascido para Dominar

Eliton_create
7
chs / week
The average realized release rate over the past 30 days is 7 chs / week.
--
NOT RATINGS
378
Views
Synopsis
Gabriel Monteiro foi o maior lutador de MMA da Terra — invicto por 11 anos, até ser traído e cair pela primeira vez... para nunca mais levantar. Mas a morte foi apenas o começo. Pois ele renasce como Kael Drakenhart, o herdeiro desprezado de uma nobre família num mundo onde a força vem da mana e os fracos são descartados. Rejeitado e sendo tratado como inutil pelo proprio pai por nascer com um nucleo de manda quebrado. Agora busca superar seus proprios limites de poder mais uma vez, ele traçará seu próprio caminho — para se tornar invencível, conquistar corações e desafiar os próprios deuses...
VIEW MORE

Chapter 1 - 1 - Preso Em Uma Jaula

O som dos socos ecoava pelo ginásio vazio. Apenas o impacto seco dos punhos de Gabriel contra o saco de pancadas preenchia o ar. Ele estava sozinho, como sempre. O relógio marcava quatro e meia da manhã, e a maioria dos lutadores sequer havia acordado. Mas Gabriel Monteiro já estava de pé havia horas. Treinava com uma fúria silenciosa, como se cada golpe fosse contra o mundo inteiro.

Era assim desde os oito anos.

Gabriel não veio de uma família amorosa. Cresceu em uma casa gelada, não pelo clima, mas pela ausência de afeto. Seu pai, João Monteiro, era um policial militar aposentado, severo, obcecado por disciplina. Sua mãe, Leticia, era ausente mesmo estando presente. Nunca o elogiou, nunca o abraçou. Quando tirava notas boas, recebia um "nada mais que sua obrigação". Quando apanhava na escola, ouvia: "então aprende a se defender."

Foi numa tarde de outono que Gabriel conheceu o tatame pela primeira vez. Um vizinho o levou a uma aula de judô após vê-lo apanhar de três garotos maiores. Gabriel voltou pra casa com os olhos roxos, mas com algo novo dentro de si: um brilho. Uma faísca. Não pelo esporte, mas pelo poder. Pela ideia de que poderia nunca mais ser ferido se treinasse o suficiente.

A partir daquele dia, não parou mais. Cada mesada era investida em treinos. Cada humilhação virava combustível. A dor virou rotina. O suor, companheiro. A dor dos socos era menor que a de ser ignorado pelos pais.

Gabriel foi crescendo, e com ele, sua obsessão. Entrou no boxe, no jiu-jitsu, na capoeira, no taekwondo. Aos 18, já era faixa preta em cinco estilos. Não só aprendeu a lutar, mas a ler o corpo humano. Sabia onde bater, quando, como. Cada articulação, cada tendão. Era um cientista da luta.

Mas ainda assim... sentia que não era suficiente.

Mesmo vencendo torneios amadores, mesmo sendo temido em academias, havia algo que o incomodava. Um sussurro em sua mente: o corpo tem limites.

Ele via isso nos outros. Músculos que não cresciam mais. Resistências que não evoluíam. Reflexos que envelheciam. A biologia traía todos, mais cedo ou mais tarde. E isso o enojava. Gabriel queria ser mais. Queria ser inalcançável.

Foi com esse espírito que entrou no mundo do MMA profissional. E ali, sua lenda nasceu.

Aos 23 anos, já era uma promessa brutal. Aos 25, campeão. Aos 27, uma máquina invencível. Derrotava oponente após oponente com frieza, sem celebração, sem soberba. Era como se cada vitória fosse um passo mínimo numa escada infinita.

Seus treinos eram insanos. Dormia quatro horas por noite. Jejuava por dias. Fazia sparrings com três lutadores ao mesmo tempo. Ninguém o acompanhava. Nenhum treinador conseguia empurrá-lo mais do que ele já se empurrava.

A mídia o idolatrava. Chamavam-no de "A Besta da Jaula", "O Inquebrável", "O Homem que Venceu o Corpo". Mas Gabriel não ligava. Não dava entrevistas longas, não sorria para câmeras, não fazia propaganda. Seu rosto vendia por si só: sério, impassível, com cicatrizes e olhos que pareciam atravessar carne.

Apesar da fama e fortuna, vivia sozinho num apartamento minimalista. Sem amigos. Sem romances. Sua rotina era comer, treinar, dormir, repetir. Tudo com um único objetivo: romper os limites da carne.

Alguns diziam que ele era um sociopata. Outros, um gênio. Havia quem jurasse que ele treinava com pesos nas articulações para aumentar a densidade óssea. Mas a verdade era mais simples: Gabriel estava buscando algo que não existia nesse mundo.

E ele sabia disso.

Na véspera de completar 36 anos, Gabriel foi entrevistado em um programa ao vivo. O jornalista, curioso, perguntou:

— Após onze anos invicto, você ainda sente medo de perder?

Gabriel olhou para a câmera. Seu olhar era vazio, quase triste. E respondeu:

— O que me assusta não é perder. É chegar ao fim da estrada e descobrir que nunca houve mais nada além disso.

O silêncio no estúdio foi absoluto.

Naquela noite, ele voltou para casa e ficou horas olhando para as mãos. Mãos calejadas, duras como pedra. E ainda assim... ele não era invencível.

Ele se deitou e, pela primeira vez em muitos anos, sonhou. Sonhou que voava, que pulava montanhas, que destruía muralhas com os punhos. Sonhou que seu corpo era feito de energia, não de carne. Que não havia dor, não havia limites.

Acordou antes do sol nascer. Foi para o ginásio. E treinou.

Treinou como se estivesse em guerra.

Porque, no fundo, ele sempre esteve.