Com os sacos pesados de minério e cristais sobre os ombros, Naruto e o ferreiro começavam a sair da câmara mais profunda da caverna, a luz dos cristais de Éter Reforçado na câmara principal já começando a brilhar à frente. O silêncio da mina, porém, foi subitamente estraçalhado por um som gutural, um rosnado profundo que parecia vir das próprias entranhas da terra.
"Intrusos!" uma voz grave e antiga ecoou, fazendo as paredes de cristal vibrarem e pequenos seixos caírem do teto. "Como ousam invadir meu santuário, seres diminutos?!"
Naruto e o ferreiro congelaram. A voz era cheia de poder e fúria, e emanava uma presença tão esmagadora que o ar ficou pesado. Em poucos segundos, uma figura imponente começou a emergir das sombras mais profundas da caverna, atrás deles.
Era um dragão. Não um pet elemental ou uma criatura de invocação, mas um ser gigantesco, com escamas que brilhavam com a dureza de diamante e uma aura de poder que faria até os Jounins mais fortes tremerem. Seus olhos, como joias ardentes, fixaram-se nos dois invasores.
O ferreiro empalideceu, o medo estampado em seu rosto. Ele já havia ouvido lendas sobre dragões que protegiam tesouros antigos, mas nunca acreditou que encontraria um. Este não era um monstro de masmorra comum. Este era um ser de eras passadas.
Naruto, porém, sentiu algo estranho. Uma familiaridade, um brilho de reconhecimento naqueles olhos flamejantes.
"Vovô... Drako?" Naruto murmurou, com os olhos arregalados.
O dragão parou, a fúria em seus olhos diminuindo ligeiramente, substituída por uma centelha de surpresa e, curiosamente, afeto. Sua cabeça maciça se inclinou, e um brilho de reconhecimento passou por suas pupilas fendidas.
"Ora, ora, se não é o pequeno raio de sol," a voz do dragão suavizou, embora ainda retumbasse pela caverna. "O que você, garoto, está fazendo nos meus domínios? E o que faz com este... ferreiro... roubando meus bens?"
O ferreiro gaguejou, quase desmaiando de susto ao ouvir o dragão falando e, mais ainda, ao ver a familiaridade entre Naruto e a criatura lendária. "R-raio de sol...?"
Naruto deu um passo à frente, sua habitual ousadia voltando, apesar do tamanho intimidante do dragão. "Vovô Drako! Quanto tempo! Eu não estava roubando, dattebayo! Eu só vim pegar emprestado alguns materiais. Sabe, pra fazer uma bainha para a minha nova espada!"
Ele tirou a Espada Demoníaca de Flor de Ameixa do tecido em que a embrulhara, mostrando a lâmina carmesim ao dragão. A espada pareceu vibrar levemente na presença do antigo guardião.
"Uma espada?" Drako aproximou a cabeça, seus olhos fixos na lâmina. Ele examinou cada detalhe da Espada Demoníaca de Flor de Ameixa, e um brilho de interesse, quase admiração, passou por seu olhar ancestral. "Interessante... um artefato de Escuridão e Flores. E você a obteve. Isso é inesperado, mesmo para você, pequeno raio de sol."
O ferreiro, ainda pálido, conseguiu articular: "M-mas ele disse que invadimos sua casa, senhor Dragão!"
Drako soltou um bufo que fez o ar tremer. "E invadiram! Este é meu lar, meu tesouro. Mas o raio de sol tem uma estranha maneira de se meter em coisas importantes. Então, você precisa desses materiais para uma bainha para esta lâmina? E o que exatamente você pegou?"
Naruto rapidamente começou a explicar, apontando para os sacos. "Pegamos um pouco de Minério de Dragão-Ferro e uns Cristais de Éter Reforçado! O ferreiro disse que precisava deles pra bainha ficar perfeita! E também vimos uns outros, tipo Vibranium e Adamantium, mas a gente não pegou eles... ainda."
Drako observou o ferreiro e os sacos, sua expressão dracônica difícil de ler. O ar na caverna estava tenso, o destino de Naruto e do ferreiro nas patas do dragão antigo.